Não queria dizer nada.
Queria permanecer aqui, calada, sem pranto e sem reza. Sem acreditar, já. Seca; silenciosamente seca. Não queria te ver partir, assim sem mais. E ainda parece um sonho mau que vai terminar dentro de alguns segundos. Mas eu me esforço, e me destroça por dentro essa minha tentativa de acreditar que sim, que me deixaste, e que você se foi tão cedo, depois de chegar tão tarde.
Havia música para toda uma vida, meu bem. Havia e há muito amor. Esse que tu já não crês que existe, depois de chafundar em tanta merda literária, tanta cultura de espinhos. As evidências são aquilo que nos motivava, e que a mim agora, me mata por dentro aos poucos.
Mas sigo insistindo em perguntar: onde foi parar tudo aquilo que existia? Já não te pergunto a ti pra que não tenhas que mentir-me mais; te poupo dessa vergonha.
Eu agora mesmo só necessitava saber o que fazer com toda essa imensidão, já que tenho tentado de tudo - buscar teu beijo em outras bocas, teu sexo em outros corpos, teu olhar em outras caras. Te busco e vou me perdendo de mim mesma. Te busco e não te encontro em nenhum lugar, nem em ti mesma. Dentro de mim sim, eu te encontro, e te tenho saudade como quem recorda a alguém que já não vive, que já não está.
E isso dói.
Por Dani Cabrera
Poxa, Dani... acabou?
ResponderExcluirConheço a dor que sentes. "É mais fácil amar de novo, do que olhar para trás." Jair Bloch
ResponderExcluirNão conhecia essa outra face da Dani, mas gostei. Pode parecer cruel gostar da tristeza alheia, mas reconhecer-se na dor do outro pode ser como uma divisão nos pesares. Que seja realmente assim. Que sejam doces (logo) os teus dias!
ResponderExcluirQue sejam doces. Não sei o caminho pra consertar tudo isso. Mas que sejam doces em breve.
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